Recaida e vontade de beber nos doze primeiros meses seguintes ao tratamento de alcoolismo

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A efetividade dos tratamentos para os problemas decorrentes do uso de bebidas alcoólicas tem sido claramente demonstrada nas últimas décadas, mas as recaídas após o período de tratamento ainda são comuns.

Antes de a recaída ocorrer alguns pacientes em abstinência relatam sentir vontade intensa de beber (craving). A presença deste tipo de anseio tem revelado associação com recaídas, quadros mais graves de alcoolismo e maiores probabilidades de abandonar o tratamento.

Anton et al. (1995)*, desenvolveu uma escala que mede as características obsessivas e compulsivas associadas ao uso de álcool (OCDS – Obsessive Compulsive Drinking Scale). Este instrumento quantifica os aspectos cognitivos do impulso de beber (craving) e os escores obtidos foram preditivos do consumo total de bebidas alcoólicas após um período de tratamento de 12 semanas.

Os autores investigaram a associação entre a presença da vontade intensa de beber, medida através da OCDS, e a abstinência entre pacientes dependentes de álcool, bem como, a taxa de recaídas durante e após o término de um programa intensivo de tratamento ambulatorial.

Os participantes foram entrevistados no início e ao final do tratamento, e, novamente passados 12 meses do término do tratamento.

De um total de 103 pacientes dependentes de álcool, 74 completaram o programa de tratamento. Destes, 97% foram entrevistados novamente após 12 meses. Os trinta e dois pacientes que recaíram durante o período de tratamento (desistentes), demonstraram níveis mais intensos de vontade de beber medidos através dos escores obtidos no OCDS e significativamente maiores escores nas escalas “obsessão” e “controle do beber e suas conseqüências” comparados aos obtidos por pacientes que permaneceram abstinentes.

Dos 74 pacientes que completaram o programa, 16% apresentaram um episódio importante de recaída durante os 12 meses seguintes ao tratamento. Estes episódios de recaída estavam relacionados aos escores obtidos na escala “obsessão”.

Os pesquisadores concluíram que o escore total obtido no OCDS foi preditor da recaída entre pacientes ambulatoriais. Eles recomendam que o tratamento e o pós-tratamento de pacientes com vontade intensa de beber devam ser intensificados.

Fonte: Cisa

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